Instabilidade total: as marcas dentro de campo que levaram ao rebaixamento do Villa Nova no Mineiro
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O Villa amargou o terceiro rebaixamento de sua história no Campeonato Mineiro 2025. O novo descenso foi confirmado em mais uma noite melancólica na última quarta-feira (12), quando o time foi derrotado pelo Tombense por 2 a 0, no Alçapão do Bonfim. A queda, que já tinha um cenário muito difícil de ser evitada na última rodada, trouxe consigo diversos marcos negativos. Foi a pior campanha da história do clube, ficando na lanterna (12º) com apenas quatro pontos.
O Villa Nova enfrentou as mesmas dificuldades dos duelos preparatórios, contra equipes que também disputariam o estadual. Desde a pré-temporada, a equipe apresentou muitas limitações físicas. O grupo foi composto por muitos atletas que estavam parados há um longo tempo ou com pouca minutagem no futebol recentemente. Todos os treinamentos só eram realizados em apenas um período.
Além disso, as dificuldades ocorreram em diversos aspectos, como a transição ofensiva ineficaz, erros individuais persistentes, passes equivocados, cruzamentos mal executados e finalizações ruins, problemas que foram observados ao longo de toda a competição. Foi um grupo que não conseguiu se encaixar de nenhuma forma eficiente. Tudo isso, elucidado nos fatos a seguir:
ATAQUE E DEFESA INEFICAZES
O Villa terminou com o segundo pior ataque da competição, marcando apenas quatro gols em oito jogos. O time ficou à frente apenas do também rebaixado Aymorés, que marcou três vezes. Para se ter uma ideia da dificuldade ofensiva, apenas um gol foi marcado no Alçapão do Bonfim, em uma penalidade convertida por Rodrigo Gaia na goleada sofrida contra o Itabirito.
Nas campanhas realizadas pelo Leão nos últimos dez anos, 2025 registrou a pior média de gols, com apenas 0,5 por partida. A última vez que o Leão teve uma média tão baixa foi em 2015, quando marcou sete gols em 11 jogos (média de 0,64 por confronto). No rebaixamento de 2020, o time marcou 11 vezes em 11 jogos.
O Villa teve sua pior defesa nos últimos cinco anos. Com 17 gols sofridos, foi a defesa mais vazada da primeira fase deste ano e de todas as edições que disputou desde seu retorno à elite (2022 a 2025). Na queda de 2020, o cenário foi ainda pior, com a equipe sofrendo 21 gols, assim como em 2019.
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GOLEADAS SOFRIDAS
A campanha também ficou marcada por placares elásticos. Na 4ª rodada, em São João Del Rei, o Villa sofreu uma goleada sonora de 6 a 1 contra o Athletic. Esse foi o pior placar sofrido pelo Leão do Bonfim contra clubes do interior no Campeonato Mineiro. O marco negativo igualou outro confronto do passado, já que, em 13 de fevereiro de 1993, o Alvirrubro foi derrotado pelo mesmo placar diante do Valeriodoce. A derrota para o Esquadrão culminou na demissão do então técnico Ricardo Drubscky.
Duas rodadas depois, no confronto direto com o Itabirito, no Alçapão do Bonfim, e já sob o comando de Eugênio Souza, o Villa Nova enfrentou justamente o treinador que havia recém-demitido. Drubscky havia fechado com o adversário dois dias antes do duelo. O time foi derrotado por 4 a 1 e entrou na zona de rebaixamento nessa partida. Este é o terceiro ano consecutivo em que o clube sofreu quatro gols em um jogo dentro de Nova Lima.
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“FATOR CASA” INEXISTENTE E SEQUÊNCIA DE DERROTAS CONSECUTIVAS
Novamente, o Villa Nova encerrou o estadual sem vencer em casa. Neste ano, sequer pontuou, sofrendo quatro derrotas no Alçapão do Bonfim, contra Uberlândia, Atlético, Itabirito e Tombense. Pelo Mineiro, o time não vence desde março de 2023, quando obteve duas vitórias seguidas: contra a Patrocinense, na primeira fase, e diante do Democrata-GV, na semifinal do Troféu Inconfidência. De lá para cá, foram oito jogos em casa, com sete derrotas e um empate.
Entre jogos como mandante e visitante, o Leão repetiu a mesma sequência negativa da queda de 2020. Após vencer o Democrata na estreia, em Governador Valadares, no único triunfo da campanha, o time sofreu cinco derrotas consecutivas, contra Uberlândia, América, Athletic, Atlético e Itabirito, entre a 2ª e a 6ª rodada. Depois disso, apenas empatou com o Betim, na Arena Vera Cruz, e selou a queda em seguida com um novo revés para o Tombense.
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