quinta-feira, novembro 21, 2024
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Crônica do Leão – Figurinha difícil

Foto: Henrique Chendes/Villa Nova

** As crônicas e colunas individuais, em caráter opinativo, refletem exclusivamente a opinião do autor.

Naquele álbum de figurinhas alusivo aos mascotes dos times do futebol brasileiro dos anos sessenta e setenta, uma delas era muito desejada e cobiçada, porque além de rara e da enorme dificuldade em conseguir acha-la, se mostrava completamente diferente das demais porque trazia algo encantador em seu histórico contido na parte de trás da mesma.

Os álbum em questão mostrava os mascotes da maioria dos clubes de futebol atuantes naquela época no Brasil, e trazia figuras de bichos e personagens símbolos de cada time relacionado, entre eles um mosqueteiro azul do Grêmio e o mosqueteiro alvinegro do Corinthians, o Saci Pererê do Internacional, o simbólico Pó de Arroz do Fluminense, o almirante português do Vasco da Gama e o simpático São Paulo representando o tricolor da capital Paulista. Entre os bichos estavam Galo, Raposa e Coelho como os maiorais belo-horizontinos, do interior
mineiro vinham o Zebu do Uberaba, o Sabiá do Uberlândia, a Formiga representando o time daquela cidade, e mais recentemente o Tigre do Ipatinga.

No Rio de Janeiro o maioral Urubu do Flamengo, em São Paulo o Papagaio do Palmeiras que acabou depois sendo substituído pelo Porco, o estupendo Peixe santista, a Macaca da Ponte Preta e o Leão da Portuguesa de Desportos, um deles, porque o rei das selvas também simboliza o Sport Recife, o Vitória da Bahia e o Fortaleza, clubes nordestinos que igualmente adotaram a figura do maior predador da família dos felinos para representá-los.

Mas a mais procurada para completar o álbum era a cobiçada figurinha do Leão do Bonfim, rara e extremamente disputada entre os garotos colecionadores, pela beleza e pela imponência daquele Leão, pelo brilho intenso da mistura do vermelho sangue com o tom caramelo da sua juba destacada, além do interesse dos amantes do futebol pela coletânea sobre seu histórico descrito nas costas, relacionando as conquistas do tradicional time da terra do ouro chamada Nova Lima, um guerreiro do interior de Minas que conseguiu resistir ao tempo e se tornou centenário igualmente os grandes clubes do país do futebol.

Agora os tempos são outros, os valores mudaram e o interesse da garotada foi ampliado, não se resume apenas ao futebol do Brasil, o mundo está na mão e os maiores times da Europa ganham mais espaço a cada temporada, os pequenos vão caindo no esquecimento e os maiores que se cuidem. Uma coisa é certa, aquele tempo era bom, mais gostoso e muito mais emocionante, o coração superava a razão, e a gente sonhava em conseguir a figurinha do Leão.

Saudações alvirrubras, o abraço da semana vai para a turma boa da Padaria Nova Lima, onde se encontra um pão gostoso no coração da cidade .
Até a próxima se Deus quiser.

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