Crônica do Leão – O Leão do Trabalho
** As crônicas e colunas individuais, em caráter opinativo, refletem exclusivamente a opinião do autor.
Essa semana no Brasil comemoramos o Dia do Trabalho, uma alusão aos trabalhadores e trabalhadoras do mais potente país da América do Sul, onde a maior parte da população ativa está inserida nessa classe, desde servidores braçais, operários qualificados e também executivos da área administrativa.
E nesta mesma escala se encontra a maior parte da torcida villanovense, na proporção de 8 em cada dez torcedores atuantes como trabalhadores, ficando uma fatia mínima reservada a empresários ou ocupantes de cargos políticos, essa última fatia com a desconfiança geral de serem torcedores de interesse pessoal, mas ainda assim precisam também serem reconhecidos. Desde a sua criação lá no ano de 1908 que o Villa Nova tem essa característica enraizada nos seus admiradores, e principalmente naquela época a torcida alvirrubra era formada praticamente por trabalhadores da antiga mina de Morro Velho, que abraçaram o clube de forma espontânea e dedicada, com carinho, respeito e admiração, bem dentro dos corretos costumes de antigamente.
Durante sua longa trajetória, o Leão do Bonfim foi conquistando também a simpatia de outras classes, principalmente naquela turma grande de operários da indústria que se agigantou à partir dos anos sessenta, e com a mão de obra especializada dos cidadãos nova-limenses sendo muito requisitada pelas grandes empresas da região metropolitana da capital mineira, sobretudo pela forte malha industrial das cidades de Contagem e Betim.
Essa turma defendia as cores e a bandeira vermelha e branca com afinco, e jamais se deixavam abater pela diferença de porte financeiro do seu time com os rivais da dupla Atlético e Cruzeiro, até porquê, nos embates entre eles o Leão sempre se impunha com boas apresentações nos gramados belo-horizontinos, e tirava o sono dos considerados maiorais quando eles tinham que vir jogar aqui no Alçapão. Além disso, a corrente dos operários alvirrubros conseguia arrebatar simpatizantes em cidades vizinhas como Sabará, Caeté, Vespasiano, Pedro Leopoldo e outras, já que já no final da década de sessenta o Villa era o único representante mais próximo sem fazer parte da elite do futebol de Minas Gerais.
Enfim, a torcida villanovense tem a cara do trabalhador brasileiro, cumpridora dos seus deveres e apaixonada pelo time do Coração, que não desiste jamais, que acredita sempre em melhorar, com dedicação e amor, e com fidelidade no seu Leão trabalhador.
Saudações alvirrubras, o abraço da semana vai para todos os trabalhadores villanovenses.
Até a próxima se Deus quiser.