Fora do Campo: Por trás das câmeras, conheça a história de Paulo Freitas

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Provavelmente muitas das fotos que você vê hoje que envolvem o Leão do Bonfim foram tiradas pelo fotógrafo Paulo Freitas! O que talvez parte das pessoas não saibam é o quão grande é o amor que essa pessoa sustenta pelo tão amado Villa Nova Atlético Clube. Paulinho tem um grande acervo de fotos do Leão, e seu trabalho de preservação dos registros é fundamental. Sempre presente no campo, Paulo nunca escondeu sua paixão pelo Villa , paixão essa que foi passada pelo seu querido pai. O Portal Villa Nova convidou o Paulinho para contar um pouco da sua história com o Leão. Confira:

Paulinho, como começou sua paixão pelo Villa?
PAULINHO: Minha paixão pelo Villa Nova começou quando eu era bem novo, acho que tinha 6 ou 7 anos, meu pai me levava no estádio para ver os jogos. Tive o prazer de ver o Anísio Canelão jogando no Villa, mas na época ainda não compreendia o significado que ele tinha para o nosso Leão do Bonfim justamente por ser muito novo. O Anísio era muito querido pela torcida, tinha muito amor pela camisa, era uma coisa sensacional. Eu digo que meu cordão umbilical com essa instituição centenária não se rompeu com todos esses anos e espero que demore muitos anos ainda.
Quando meu pai me levava ao campo, logo ao chegar no estádio dava para sentir o calor da torcida, a paixão da charanga, isso além de ser muito bom para quem estava lá presente , era um combustível para o time, os adversários não tinham vida fácil.

Paulinho, você sempre está no campo tirando fotos das partidas do Leão. Há quanto tempo você faz isso? É um hobby?
PAULINHO: Realmente a fotografia é um hobby para mim, mas como todos sabem, o Villa durante esses anos todos vem perdendo registros importantes, principalmente de partidas, da torcida e de eventos. Na época não era comum tirar fotos da maneira que é hoje, e eu lembro de um fotografo que morava aqui em Nova Lima, ele se chamava Camarão que tinha um grande acervo de fotos do Leão e da cidade que foi perdido em uma grande enchente que teve aqui nos anos 90.
Eu sempre gostei de tirar fotos e eu gosto de ir ao campo sempre que posso, registrar os momentos, os gols, porquê tudo isso vai ficar para o futuro, isso não é meu, não vou levar comigo, isso aí vai ficar para os torcedores que amam o Leão do Bonfim. Se a gente tivesse registros dos nossos tempos áureos da maneira como é hoje, seria uma coisa maravilhosa.

Das fotos que você tirou até hoje, tem alguma que te marcou/ é sua favorita?
PAULINHO: Para mim todas são importantes, não tem uma assim que eu tenho como favorita, todas tem um significado único para mim.

Qual é seu sentimento com a situação atual do Villa? Acha que um dia a situação possa ser revertida?
PAULINHO: O sentimento é de tristeza e raiva, um pouco de cada um. Tristeza por ver essa situação que nos encontramos, inclusive futuramente a gente sempre tem que lembrar e agradecer ao Coimbra que nos salvou de coisas feitas pelos dirigentes no passado. A raiva é porquê usaram e abusaram dessa instituição mais que centenária, tanto para fins políticos e pessoais sem se importarem com o sentimendo da torcida, e é isso que dói mais, porquê cada torcedor do Leão tem um sentimento por aquele time e sente quando o Villa perde, o dia acaba, muitos são assim, eu sou assim, costumo ficar um ou dois dias sem falar sobre futebol. Então essas pessoas não se importaram com aquele torcedor que sempre paga o ingresso para ver o seu time de coração.

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Se tratando de Villa Nova, qual a pessoa que você mais admira?
PAULINHO: Uma pessoa só eu não tenho, eu gostaria que essa pessoa se transformasse em toda a torcida do Villa que é fantástica. Mas citando aqui em especial eu tenho um carinho muito grande pelo Jairo Gomes, o Jairo fez de tudo pela sobrevivência do Villa Nova e é uma pessoa que sabe tudo do Villa, é um arquivo vivo. Eu tenho um carinho muito grande por ele.
Eu admiro muito também o Wagner Augusto, pelo árduo trabalho de pesquisa sobre o nosso Leão. Hoje nós temos três obras primas que contam muito sobre a história do Villa Nova, graças a ele.
Eu gosto muito também de fazer as minhas pesquisas e sei o quanto é difícil conseguir dados e informações.

Paulinho, tem algum momento da história do Villa, alguma partida ou algum título que é especial para você?
PAULINHO: Eu tive o prazer de ver o Villa ser campeão da Série B de 1971, do Módulo de 1995 (que era um timaço) e também estava presente naquele último título de 2006, pela Taça Minas Gerais. Então esse foram momentos muito especiais para mim.

Para finalizarmos Paulo, o que o Leão do Bonfim significa para você?
PAULINHO: Depois da minha família o Leão do Bonfim significa tudo para mim, hoje eu respiro o Villa Nova, o que eu posso desejar para o Leão são mais 100 de anos de vida e que as gerações futuras possam aproveitar esse patrimônio histórico de Nova Lima.