Crônica do Leão – Clube de Perdedores

** As crônicas e colunas individuais, em caráter opinativo, refletem a opinião do autor.

O Villa Nova encerrou sua participação no Campeonato Mineiro edição 2024 de forma negativa e melancólica, figurando em nono lugar entre os doze participantes da competição, com uma campanha pífia e sem alcançar objetivo algum. A não ser a obrigação de permanecer na primeira divisão regional no ano que vem, o que convenhamos, é muito pouco para as tradições villanovenses e extremamente frustrante para os apaixonados torcedores do Leão do Bonfim.

Um esforço fora do comum pra muito pouca coisa. Essa é a grande verdade, e o pior, uma dolorosa realidade. Com esta campanha pífia, o Villa praticamente encerra a temporada 2024 de maneira precoce, paralisando suas atividades ainda no início do mês de março, e mais uma vez teremos férias prolongadas até janeiro do ano que vem, além do fator negativo de não se garantir em nenhuma outra competição nacional em 2025, fora da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro da Série D novamente.

E olha que nem mesmo a chance de prosseguir jogando o valoroso torneio brasileiro, terá efeito positivo para o futuro villanovense, pois se passar pelo Operário no jogo único dessa quinta-feira (7), terá confrontos dificílimos nas próximas fases. Sobretudo, se considerarmos a falta de estrutura daqui pra frente, já que o parceiro “Caracu” não quer saber de mais nada, pois nessa altura do campeonato só se preocupa em manter sua base na terceira divisão, lugar cativo para um clube sem tradição alguma no futebol mineiro.

No meio de tanta negatividade enfim um fato positivo, com a diretora executiva através do seu departamento jurídico conseguindo a anulação dos desbloqueios na justiça trabalhista, e assim ganhando fôlego para continuar no processo de correção administrativa desde que assumiram o clube. Pena que essa boa notícia tem chegado um pouco tarde, pois os valores liberados mais o que ainda vai entrar com a participação na Copa do Brasil, poderiam ser o caminho para viabilizar a participação na competição nacional.

A desistência de disputar a Série D ainda está doendo muito na maioria dos torcedores alvirrubros, que mesmo sabedores das dificuldades financeiras e dos infames bloqueios, não engoliram a falta de planejamento para evitar tal situação, entendendo que todas as empresas que se dispuseram a patrocinar o time no Campeonato Mineiro, deveriam também estar presentes em uma competição de nível nacional, que automaticamente tem maior visibilidade e poderia nos garantir em um calendário melhor na próxima temporada.

O grande questionamento da maioria deles, é que o dinheiro gasto pra bancar um time que por muito pouco quase entrou na zona da degola regional não valeu a pena, com o elenco se hospedando em hotel executivo na região das seis pistas para os jogos em Nova Lima e BH, e viajando de avião para Governador Valadares onde perdeu feio seu último confronto. Lembrando que a distância não é tão grande assim, e que sempre o Villa jogou lá viajando de ônibus normalmente, um luxo desnecessário que custou caro demais pelo resultado alcançado.

Faltou planejamento minha gente. Faltou força, faltou diálogo e humildade para pedir ajuda. E o mais dolorido dessa história, quem comandou tudo na prática foi o parceiro, que usou a marca tradicional do Villa Nova sem gastar nada, e que agora vai continuar na dele, deixando o “Marasmo” por nossa conta, com o mais triste de tudo, é que enquanto fraquejamos aqui outros clubes de menor expressão se dispuseram a jogar o torneio brasileiro, eles que também atravessam dificuldades assim como o Villa, mas que tiveram mais “peito” para topar a parada.

Desanimador e incompreensível, ver a piora imperar no Villa Nova cada vez mais sem termos um mínimo de reação. Todo ano é a mesma coisa, muitas lamentações e poucas ações, as desculpas de sempre, e a indiferença tomando conta do nosso Leão do Bonfim, um dos maiores patrimônios de Nova Lima, que de forma inaceitável e dolorosa, vai se tornando um verdadeiro “Clube de Perdedores”.

Saudações alvirrubras, e até a próxima se Deus quiser.