segunda-feira, maio 20, 2024
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Opinião: Caso sobre vaga na Série D é exemplo de como não se organizar um campeonato

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Recentemente tivemos o resultado da briga judicial que estampou as manchetes dos jornais esportivos de Minas e do futebol alternativo pelo Brasil, a dura derrota do Leão do Bonfim que não teve sua vaga reconhecida na Série D do Campeonato Brasileiro por conta das diversas desconexões e falta de coerência no regulamento do Campeonato Mineiro.

Tradicionalmente, a vaga para a competição nacional sempre foi decidida através da classificação final da primeira fase do Estadual, entretanto, com o surgimento do Troféu Inconfidência, a Federação Mineira de Futebol interpreta que a competição interfere diretamente na classificação final, o que causa estranheza pelo fato de só termos a informação da interferência da competição para classificação na Copa do Brasil, e nenhum descrição concreta no regulamento sobre a definição para a Série D.

Com a definição da vaga ao Democrata, relembro aqui a frase dita pelo historiador Wagner Augusto, após o decreto final: “Legalmente a vaga ficou com o Democrata, Moralmente ela seria nossa (do Villa Nova).”.
Independente de qual fosse o resultado dos tribunais, é evidente o erro cometido pela Federação Mineira de Futebol, esta mesma Federação estampa ter certo “aval” pela maioria dos clubes ao concordar com o regulamento de 2022, mas que desconheciam o possível dilema que poderia vir em meio à disputa do Campeonato nas quatro linhas.

Este dilema que o Villa Nova passou com o Democrata e a Federação poderia ter ocorrido no ano de 2021, quando tivemos a definição de 4 clubes na disputa do Troféu Inconfidência que também estavam de olho na Série D, mas que URT, Pouso Alegre e Caldense (5°, 6° e 7° respectivamente) já se garantiam publicamente na Série D antes mesmo da disputa da Semifinal do torneio do Athletic (8° Lugar) contra a URT, poderíamos ter visto o “pior colocado” da disputa avançar à Final e causar o dilema sobre a vaga, este seria o exemplo mais próximo que tivemos antes da polêmica se despontar em 2022, quem sabe se tivessemos esta confusão em 2021, poderíamos ter assim um alerta para que o retorno à elite já tivesse a casa em ordem na busca das metas do Leão.

Foto: Henrique Chendes/Villa Nova

A contradição é recorrente com as interpretações da Federação Mineira e demonstram a mais clara desorganização no Campeonato Mineiro, beira totalmente o inacreditável, pois, além das taxas altas que se cobram e da falta de auxílio ao Interior nas três divisões do Estadual, agora temos a falta de nexo na descrição do regulamento de sua própria competição através da Diretoria de Competições Oficiais, que em 2021 chegou a falar à imprensa sobre uma forma de definição da Série D, e agora interpreta de outra maneira, e mesmo assim tivemos o tribunal falando que a entidade fez uma interpretação correta. É injusto vermos que, mesmo diante dos vários ocorridos recentes sobre as falhas da Federação resultantes em casos de justiça nos três escalões do Campeonato Mineiro, ainda observamos que prevalece a “razão” em favor da entidade.

Sabemos que agora não temos o que lamentar, temos de seguir em frente e reconhecer a decisão da justiça, sendo injusta ou não, mas que fique de lição para que os erros não sejam recorrentes, é necessário que os clubes estejam atentos na redação do regulamento, que é o “coração” da competição, tivemos a concordância dos clubes como principal argumento tanto da FMF quanto do STJD para a defesa da forma interpretada pela Federação com relação ao caso Série D, sendo assim, é necessário que haja o diálogo e o entendimento dos clubes para que se faça uma competição que tenhamos a certeza daquilo que se está disputando e o que está em jogo em cada partida, em cada cenário, e em cada lance disputado, assim espero que seja o Campeonato Mineiro de 2023.

Ao Villa Nova, que a frustração ocorrida seja revertida em fortalecimento, para lutar pelos objetivos atuais fora de campo, e que se reflitam dentro dos gramados pela busca de mais conquistas.

Por: Nathan Sacchetto

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