segunda-feira, maio 20, 2024
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Em Cima do Lance com Rodrigo Ferreira: O tempo em que o Villa era tradição

Torcida Villa Nova AC
Foto: reprodução/internet

Engraçado, parece que foi outro dia mesmo, mas na verdade já faz algum tempo, uma época em que o Villa era assunto em qualquer esquina da cidade de Nova Lima, nos botecos, nas barbearias, nas praças e nas resenhas de final de semana. Os treinos que eram realizados no Castor Cifuentes eram sempre acompanhados por diversos torcedores que sabiam de cor e salteado os nomes de cada atleta.

Havia um tempo em que os jogadores do Villa saiam do Bonfim e subiam as ladeiras da Rua Suzana hoje Padre João de Deus para almoçar ou jantar na pensão de dona Nita no bairro do Rosário.

A sede Administrativa do clube ficava bem perto, na Praça Dr. Antonino Fonseca Junior e descendo a Rua das Calçadas hoje Bias Fortes se encontrava o Parque Aquático onde os sócios eram assíduos e no Ginásio sempre eram realizados diversas competições e grandes eventos como reuniões do Conselho Deliberativo e os grandes Bailes como o tradicionalíssimo Vermelho e Branco no Carnaval.

Dia de jogo do Leão do Bonfim era sempre uma movimentação diferente e agradável na cidade. Logo cedo já se podia avistar alguém vestido nas cores do clube. Do Bairro Retiro vinha o saudoso Catarino dos Bolinhos de Feijão para vender no Estádio, as bandeiras já tremulavam nas janelas das casas. Foguetes não faltavam. Uma alegria para os comerciantes, principalmente os donos de bares, restaurantes e ambulantes de plantão que faturavam um dinheiro extra que ajudava no sustento da família.

O Alçapão do Bonfim se tornava em um verdadeiro inferno para quem se atrevia a encarar o quadro Alvirrubro. A torcida estava sempre inflamada não davam paz para os adversários. E quando a Charanga começava a tocar? Alegria nas arquibancadas do Castor Cifuentes e desespero para muitos em campo. Coragem, raça e muita garra não podiam faltar para quem vestia o Manto vermelho e branco, assim era o Villa de ouro. Sim o Villa que de Nova Lima és um tesouro e Patrimônio Imaterial e Cultural da Cidade, mas isso está acabando e precisa de uma retomada urgente.
O clube ao longo dos últimos anos vem perdendo patrimônio, perdendo prestígio, perdendo torcedores ilustres e históricos, e perdendo até a sua identidade com a cidade.

Charanga Villa Nova AC
Foto: reprodução/internet

Nova Lima é uma das cidades com melhor índice de desenvolvimento econômico de Minas Gerais e do Brasil. Mas parece que os políticos só pesam no clube em época de eleição, a consonância é muito pequena.

Cadê as Categorias de Base? Hoje o Villa não tem sequer um atleta prata da casa em seu elenco profissional. Não valorizam mais os abnegados do clube, os ex-atletas estão afastados, não tem novalimense na equipe e nem no quadro de funcionários, os que estavam foram esquecidos e saíram sem nenhum respaldo. O clube está perdendo sua identidade.

A campanha do Villa no Campeonato Mineiro está se repetindo de maneira preocupante como em anos anteriores quando o time apenas brigava para não cair para a Segunda Divisão do certame. O Leão em cinco jogos realizados ainda não conhece o sabor de uma vitória.

Ocupando no momento a Zona de Rebaixamento, o Villa terá agora duas partidas seguidas em casa. No domingo vai receber a equipe da URT que vem cheio de moral após derrotar o Atlético por 1×0 em Patos de Minas. Em seguida terá pela frente a equipe da Caldense. A situação não está perdida, restam 6 jogos na fase de classificação e o time Alvirrubro precisa de uma reação imediata para dar uma reviravolta, conquistando seus objetivos e voltar a ser Gigante, preservando suas origens e sua tradição.

Por Rodrigo Ferreira

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